Mas afinal, o que munda quando a gente viaja? Acredito eu, na minha mais pura ingenuidade dos sentimentos que regem o mundo, que a nossa perspectiva sobre a vida. O nosso olhar para o hoje, e as nossas vontades para o amanhã. Direto. Um soco na cara. Mas não tão simples quanto parece.
Quando a gente viaja é como se estivéssemos transbordando a vida. Pairando sobre outros mundos, outras mentes, outras pessoas, outros sabores, outros lugares e, acima de tudo, outros sentimentos. A gente se diverte com um sotaque distinto do nosso, com a forma um tanto desajeitada e simples de uma outra mulher se vestir, com a forma como aquela menina mais frágil reage à vida. Será que aquelas pessoas têm marcas? Será que são felizes durante todo o tempo? O que fizeram com aquelas coisas que já aconteceram em suas vidas até então?
Viajar é deslocar sentimentos, rotina e histórias. Levar consigo o que você tem, além de seus pertences, e aproveitar a diversidade do mundo para sentir diferente. Refletir, talvez. Está aí a grande diferença entre as pessoas que viajam e as que não viajam: a facilidade de perceber que, na vida, nada é definitivo, e que tudo pode mudar a qualquer momento.