Novembro de 2015*
Quando a gente passa por golpes duros da (na) vida, muita coisa vai mudando junto com a rotina. A gente repensa os sonhos, as metas, o nosso próprio comportamento, as pessoas ao nosso redor, a forma como encaramos o mundo e mais uma porção de coisas. Sou uma observadora nata do comportamento humano, e isso inclui, em primeiríssimo lugar, uma observadora do meu próprio comportamento. “Dói, mas liberta”, li por aí.
Hoje faz um mês que meu chão ficou menos confortável. É como se eu estivesse aqui na terra, mas em muitos momentos não estivesse. Um pesadelo contínuo, onde a luta para vencer precisa ser maior que a luta para acordar. Pq não há mesmo como acordar e descobrir que era tudo mentira. É a realidade, nua e cruel, que bateu na minha porta numa noite de terça-feira qualquer e disse “SABE A VIDA, MANUCA? ELA É ESSA AÍ MESMO, SE VIRE”.
Nesse tempo, muita coisa JÁ mudou. As pessoas ao meu redor mudaram também. Algumas sumiram, enquanto outras que a rotina havia afastado reapareceram, com um sorriso no rosto dizendo “tem lugar aí ainda?”. Motivada por alguém especial, fiz uma lista das coisas que me faziam bem e que por algum motivo eu tinha abandonado. Reorganizei as prioridades. Ou a gente faz isso, ou o mundo engole os nossos dias. Ou a gente escuta o próprio coração, ou as pessoas o esmagam sem piedade. Ou a gente tapa os ouvidos para as críticas, ou não vive tranquilo. Ou a gente se observa e luta por mudanças, ou vai passar o resto da vida sendo vítima das nossas próprias escolhas.
Tenho vivido um dia de cada vez. Uns melhores, outros nem tanto. Estou aprendendo a pedir ajuda, e a pedir colo a quem amo. Aprendendo a perder o controle da situação de vez em quando, e me cobrar um pouquinho menos por isso. Percebi, na dor, que a grande cilada da mulher moderna é passar pro mundo uma autossuficiência que ela, muitas vezes, não tem.
Sejamos mais felizes!