Em tempos de rótulos e definições para tudo e todos, se tem uma frase que muita gente concorda é: não se explica fenômenos! Nem os produzidos pela natureza, nem os produzidos pela mente humana, como a paixão por celebridades etc. A gente até tenta decifrar, achar “a culpa” ou culpados, mas não passamos do campo das ideias e dos achismos. Sempre foi assim!
E é sustentando essa máxima que escrevo este texto, já que ninguém consegue explicar o que leva uma nação em peso a se apaixonar por uma determinada pessoa. No caso de Juliette em si, vencedora do BBB e recorde em engajamento nas redes sociais, vendas de produtos e rankings estrondosos em buscas por seu nome, nem ela mesma. “Por que?”, questionava. “Porque o Brasil te ama”, respondiam os apresentadores. E só isso!
Mas embora não se explique fenômenos, ouso escrever que o não fazer parte das cópias, nem vender a própria alma para fazer parte de um determinado grupo que sustenta o caráter. E ele chega antes da pessoa! Coisa para gente corajosa! Destemida! Forte! Ainda que custe lágrimas e uma boa dose de insanidade mental pelo caminho.
São tempos claros, onde ninguém mais se esconde nas esquinas. Uma hora ou outra, verdades vêm à tona. “Máscara pesa”, escutei um dia e nunca esqueci. E tem pesado na cara tanto de pessoas comuns quanto de artistas, políticos etc. Com o mundo real passando na palma das mãos de todos, através da tela do celular, quem é de verdade reconhece com muita sensatez quem é de mentira. E aí, nada produzido para agradar, vender ou convencer, ecoa mais!
Boa reflexão, pode falar mais a respeito inclusive
Com o devido respeito à articulista, e sem querer polemizar, ouso divergir por inteiro do artigo, a despeito do impacto provocado e da polidez da escrita.
Primeiro, acaso fosse verdadeira a premissa de que “fenômeno não se explica”, certamente não haveria ciência.
Ou seja, TODO FENÔMENO É DEVIDAMENTE EXPLICÁVEL, não importando a sua natureza.
Segundo o fenômeno “JULIETTE”, tido como inexplicável, já trás no próprio texto algumas teorias para a sua explicação: ou simplesmente “porque o Brasil te ama”; ou em decorrência da “coragem, destemor ou força da própria Juliette”; ou porque a “Juliette é de verdade”.
Além destas teorias explícitas no artigo, muitas outras já circulam por aí em todos os meios de comunicação, sobretudo na internet, ao alcance de todos.
Terceiro – e aqui é uma mera opinião, não estamos vivendo “tempos mais claros”, nem “o mundo real está passando nas palmas de nossas mãos”. Ao contrário, estamos vivendo tempos muito mais NEBULOSOS, onde o mundo real nos escapa sempre das nossas mãos; tudo se mostra efêmero; importante demais num instante, desimportante demais no instante posterior.
O que me parece é que não estamos dando a devida importância “se e quando as máscaras caem”, pois logo, logo, aquelas que caem, estão sendo substituídas por outras e não nos damos conta disso.