Uma pausa na rotina para falar sobre a rejeição. Essa mesma, a de sempre, que começa inconscientemente em alguns laços sanguíneos e reverbera na vida adulta, nos nossos laços de amizade e nas relações amorosas. A gente evita tanto falar sobre isso, tocar nesta palavra, porque ela dói muito e cutuca diretamente o ego, mas uma hora ela fica maior que nós mesmos e é aí, como diz o ditado, que filho chora e mãe não vê!
Mas por qual motivo mesmo estou tocando neste assunto hoje? Uma pausa na rotina de trabalho me levou a um papo sobre relações, desilusões, ações e reações das pessoas após relacionamentos, e me vi escrevendo uma frase que por tanto tempo evitei: rejeição dói! E ela saiu naturalmente quando a pessoa do outro lado da tela estava descrevendo o comportamento de alguém que eu prontamente entendi o que estava passando simplesmente porque passei igual. “Eu entendo ela! Já estive neste lugar!”.
São tempos loucos, de emoções completamente distorcidas. Demonstrar sentimentos virou sinônimo de fragilidade, se apaixonar virou atestado público de carência, ser real e sincero com o que sente virou moeda de troca cara nas mãos de gente barata. Inverteram os valores familiares, os afetos leais viraram artigo de luxo inacessível e ser durão, ou durona, é o que há de mais moderno. E é aí, na mesma proporção, que lotamos as salas de espera dos psicólogos e psiquiatras, quase sempre querendo nos entorpecer da realidade e omitir o sentir, o ser. Rejeição dói pra cacete! E não adianta a melhor amiga escrever na fotona postada no instagram em horário estratégico que quem perdeu que chore, porque a gente sabe que tem muita gente chorando quietinho no aconchego do seu travesseiro. Eu já estive lá, inclusive! E doeu muito! E só passou quando assumi para mim mesma que sim, eu estava sofrendo. Não importava por quem. A dor era minha, e de mais ninguém…